quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O OLHAR DE CURITIBA

Este texto foi enviado pela Zelinha, entrem lá e vejam o olhar dela sobre curitiba

O OLHAR DE CURITIBA
Cristovão Tezza
"Em nenhum lugar do mundo o olhar do Outro será tão mortal como em Curitiba. Não ria na festa, exceto como disfarce; não chore no enterro, a menos que estejam vendo; não erga os braços, temerário assim no meio da rua. Em último caso, protegido no bar, solte os nervos da gargalhada, do tapa demasiado forte nas costas, do palavrão retumbante e confira no mesmo instante o viés alheio: a extroversão não é alegria, é um risco calculado. A fila de ônibus é feita de Outros - por isso que se respeita. Não fale tão alto, exceto quando bêbado - e então fale tudo de uma vez, tudo aquilo que você vem observando a vida inteira e nunca lhe deram chance. Leia os jornais da terra, que são ruins de pedra, e vigie nas entrelinhas o que os calhordas andam inventando nos palácios. Investigue cada nome da coluna social: o próximo pode ser você, e mal acompanhado. Melhor nem sair no jornal: os outros vão rir, e a inveja vai te comer. Nas cerimônias públicas, fique firme, a gravata ajeitadinha, e meta o olho na calça curta da autoridade, na peruca torta da madame, na viadagem do orador, no ridículo daquele um que está sentado duas poltronas à frente cheio de caspa no paletó. Quem é esse que sem mais nem menos lhe pede informação na rua? Não é daqui, senão ia sozinho.
Como sozinho vai Dalton Trevisan, desde sempre, o paradigma de Curitiba, a avessa, a indecifrável, a incorruptível Curitiba, que por nenhum preço do mundo aceita um carimbo na testa, por mais alto que a banda toque.
E como reclamam dele! Como metem o pau, como descobrem defeitos, como lhe cobram empadinhas! E as pedras, então? Rútilas, cortantes na cabeça. De tal modo que ele, santo homem, decidiu compilá-las em dois ou três parágrafos - Quem tem medo de vampiro? - para maior facilidade de manuseio. Inútil: o jornalismo ingênuo decidiu que ele fazia autocrítica! Um curitibano fazendo autocrítica, já se viu?! Ridículo! Nem no Partidão! Antes beber da água do Rio Belém!
Em outra encarnação - Curitiba está povoada de espíritos - Dalton Trevisan também foi curitibano, quando a cidade sequer existia; e ao nascer foi só esperar que o Vampiro lhe desse uma face, sempre a mesma, de microscópicos relevos que ocupam todas as ruas, por mais que tombem as casas, que se atravessem os expressos, que se iluminem os acrílicos, que se plantem pinheirinhos. Saudades de Curitiba de trinta anos atrás? Saudades das polaquinhas? Saudades da velha manca? Nem é preciso. Curitiba é um Olhar, e até meu avô sabia que olhar não ocupa espaço. Mas como esmaga!
Nenhuma cidade tem mais vergonha na cara que Curitiba - tanta, que emudece, na timidez doida e doída, no silêncio pesado de alguma coisa mais grave, mais forte, mais alta que o riso fácil brasileirinho.
Só uma proteção: olhe você também. E os Outros darão o troco, porque o nosso jogo é este, fuzilante.
Olham e dizem: mas ele escreve sempre a mesma história, e cada vez mais torto! Pois por que não reclamam de Samuel Beckett, que passou a vida dizendo a mesma frase pela metade e nunca provou uma broinha de fubá mimoso? Está certo que o tal bradava a morte do Homem, sem usar vírgula; mas Dalton Trevisan aponta com o dedo, e a sintaxe irritadiça, quem está morrendo - é aquele ali na esquina, com uma espinha na testa, é a piranha de meia furada, é o Dario que já morreu e roubaram o relógio dele. E acabou-se a página. Que culpa o Vampiro tem se o sangue é sempre o mesmo? Não é só na Europa; também em Curitiba não há nenhuma esperança na face da terra. Alguém precisa nos lembrar disso, por escrito, porque a memória é frágil, e o mundo está cheio de levianos alegrinhos fingindo que a vida é o mar de rosas da rádio Colombo - e não esse espanto desajeitado que atravessa o mundo inteiro, do mesmo modo que a Barreirinha.
Olham e dizem: mas que vocabulário estreito, que coleirinha de chavões! Pra que mais, se o que ele quer é uma só palavra na veia, a que mata! O bom veneno é o já testado, como o café da Boca.
Olham e dizem: mas por que esse nojo do povinho, dos miseráveis, dos pequenos? Pois por acaso alguém é Nobre, alguém é Grande? Você conhece? Mora aonde?
E depois de olharem e dizerem até a última gota de cafezinho, querem recuperar a ovelha desgarrada (que todos somos) tentando lhe pregar uma peça de ouro, um medalhão no peito, para desfrute na praça, com casquinhas pra todo lado e logotipo moderno. Nunca! Pois Curitiba é assim: não se entrega; comparece à cerimônia, mas ri até o gozo dos que caem na arapuca e sobem no palco para receber os louros e as palminhas. Quem perdoa a coroação de Emiliano Perneta? (Mas a boca-livre estava ótima.)
Por último: mas nem uma fotografia? Se Vampiro não sai em espelho, vai sair em fotografia? Quem fotografa Curitiba vê fachadas - muito bonitas - e mais nada. Olhe bem. Ela está em outra parte. Não perca tempo com as fachadas. Melhor o azulejo branco do velho Palácio e o cheiro do bife, melhor a peçonha destilada na cerveja.
Dalton Trevisan, é certo, será sempre assim, revisitado a cada linha reescrita mil vezes. Quanto à sua secreta alma gêmea, Curitiba, esta dependerá da força dos espíritos ante a horda dos invasores do Terceiro Milênio - o povão da periferia, os catarinas migrantes, os funcionários transferidos, os nordestinos teimosos... Acabam de se mudar e em uma semana já não visitam ninguém sem convite prévio - é a primeira das Sete Provas de Fogo, que às vezes levam uma vida inteira. Basta passear no calçadão da XV, percorrer os domingos do Passeio Público - é essa a cor de Curitiba? De qual delas? Do Município Oficial, teimando em inventar uma História que se perdeu, ou, quem sabe, nunca existiu além do paranismo risível, mas que sobrevive heróico e retumbante nas páginas da Gazeta? Da Curitiba estrangeira que chegou e vem chegando de toda parte fazendo filhos curitibanos e ocupando apartamentos? Ou do Olhar intangível e onipresente que coloca cada pose no seu devido lugar, com a impiedade dos profetas? No ano 2000 - que está na porta! -, que alma teremos nós? O rosto já sabemos: calçadões-rolantes, heliporto na Santos Andrade, bonde solar. Mas e a alma?
Que se preparem os espíritos. Será uma luta lenta, silenciosa e medonha. Porque é mais fácil mudar todas as canaletas do Expresso em sete dias que suprimir o Olhar, a Ira e a Curitiba de Dalton Trevisan".
http://www.cristovaotezza.com.br/textos/contos/p_olhar.htm

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Padre Voador... Ou não!!!!



A nova animação da Pixar UP, conta as peripécias de um velhinho de 78 anos chamado Carl Fredricksen. Ele resolve fazer sua casa levantar vôo com ajuda de balões. O cabeça dura, porém carismático velhinho, tem a intenção de viajar dos Estados Unidos até uma região montanhosa da Venezuela. Como será o fim desse passeio nas alturas?
Apesar de o estúdio negar a inspiração da história no sacerdote brasileiro, a comparação chega a ser inevitável.
O Padre Adelir Antônio de Carli, ficou conhecido por tentar quebrar um recorde ao voar preso a balões de festa cheios de gás hélio em abril deste ano (2008). “Up” chegará às telas em maio de 2009.
É muito provável que seja um verdadeiro sucesso, afinal, a Pixar é a responsável pelo lançamento de sucessos como Wall-E, Procurando Nemo, Toy Story, Monstros SA, Os Incríveis, Ratatouille e Carros. Todos, sem exceção, fizeram o maior sucesso.
Agora é esperar para ver o velhinho nas alturas, mas se quiser ir se preparando e assistir o trailer.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Isso ja aconteceu comigo

Isso ja aconteceu comigo, de verdade

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Lendas de Curitiba

Guilherme Caramês Tiburtius , desaparecido em 17/06/1991.


A HISTÓRIA
Manhã de 17 de Junho de 1991. O garoto Guilherme Caramês Tiburtius, de 8 anos, brinca de bicicleta em frente à sua casa no bairro Jardim Social, em Curitiba (PR), enquanto aguarda o almoço e o momento de se arrumar para ir à escola.

Quando sua avó vai chamá-lo, não o encontra. Nem ele e nem sua bicicleta ou qualquer vestígio que desse uma pista sobre onde o menino poderia ter ido.


ESTUDO DE CASO
O desaparecimento do então menino Guilherme, não é um dos mais importantes, nem mais polêmicos, pois diariamente várias crianças desaparecem, não só no Paraná.

O que mais intriga os policias e que nesse caso são muito poucas as informações levantadas, vale ressaltar, que o garoto estava na frente de casa, andando de bicicleta, e sumiu junto com a sua bicicleta, sem deixar rastro.

E mesmo agora 16 anos depois, nenhuma noticia, nenhuma pista consistente, apenas informações que não levaram a nada.


PORQUE UMA LENDA
A lenda aqui foram as inúmeras respostas para o desaparecimento, transformaram o caso numa lenda pelo imaginário popular, aumentando cada vez mais a polêmica em cima do caso. Dizem que foi vendido, foi sequestrado e depois morto, foi usado em rituais de magia negra ou fugiu, mas a verdade até hoje ninguem sabe...

Mas se vc souber comente

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Post inutil

Seria interessante fazer um post de algo que está na mídia em Curitiba, ou no Brasil, mas sobre Curitiba, mas curitiba não é uma cidade muito polêmica, ou não né....

Ontem assistindo CQC, no momento do Proteste Já, qual não foi a minha surpresa, quando o nome da minha querida Curitiba, foi citado.

Após elogios do sr. Rafinha Bastos (o qual sou fã faz tempo), para a nossa cidade, apresentou ele o protesto, a falta de vagas nas creches. Longe de mim críticar Curitiba ou o CQC, mas nesse caso na minha opinião o sr. Rafinha, entrou num assunto meio, contraditório.

E claro que em alguns bairros de Curitiba essa pode ser a realidade, mas no bairro que até então morava (Jardim Gabineto), havia dificuldades mas não eram tantas.

O sr. Rafinha Bastos, as vezes força as perguntas, para deixar o intrevistado incomodado.


Sei que o CQC tem uma boa ideia ao deixar as pessoas protestarem e concordo com o plano de ir atrás e fazer com que os politicos realmente cumpram a sua parte nas promessas.

Mas tá ai, nossa Curitiba mais uma vez na mídia, e mesmo com os Problemas ela sempre é elogiada.